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Os narcotraficantes e o futebol colombiano


O tráfico de drogas mudou a história do futebol na Colômbia. Em meio a tantos problemas, os cartéis surgiram tomando conta do pedaço, comprando clubes quase de graça e usando como esquemas de lavagem de dinheiro.

Pablo Escobar, senhor das drogas colombiano, tomava conta de dois dos maiores clubes do país: Independiente de Medellin e Atlético Nacional de Medellin. Desta maneira, Escobar, que era apaixonado por futebol, começou a apostar nos dois grandes clubes de Medellin, da mesma forma que os irmãos Orejuela, do Cartel de Cali, fizeram com o América de Cali tornando-o uma potência que chegou a três decisões seguidas da Libertadores, mas sem sucesso.

O ápice do sucesso com o investimento do cartel de Pablo Escobar aconteceu em 1989, quando o Atlético Nacional conquistaria a Libertadores. Para tal feito, o narcotraficante trouxe um jovem e talentoso treinador, Francisco Maturana, que apostava num futebol de muita movimentação e rapidez de seus jogadores.

Empolgado com o sucesso de seu investimento, Pablo Escobar financiou a preparação da seleção colombiana para a Copa do Mundo de 1990 e obrigou a contratação de Maturana como treinador desta.

Em 1993, após emboscada da polícia colombiana, Pablo Escobar seria morto, e o Cartel de Medellín dissociado. Os traficantes remanescentes apostariam suas fichas na seleção em 94, e se decepcionariam. Os colombianos seriam eliminados logo na fase de grupos, com a culpa caindo sobre os ombros de Andrés Escobar, zagueiro capitão da Colômbia e ídolo do Atlético Nacional, que marcou um gol contra diante dos Estados Unidos que decretaria a eliminação e, um mês depois, já na Colômbia, seria assassinado por causa desta falha. Isso foi a gota d’água para uma intervenção da Fifa junto às autoridades para limar de vez qualquer pessoa ligada ao tráfico de drogas no futebol.

Hoje a Federação Colombiana trabalha para limpar a imagem deixada pelos cartéis. Eles perderam força, pois quem comanda o tráfico agora são as FARC, que não demonstram se importar muito com o futebol.


Veja os clubes que eram controlados por traficantes:


União Magdalena: foi o primeiro clube a ter dinheiro de drogas injetado na sua administração. Os irmão Davila Armenta, poderosos traficantes de maconha, salvaram o clube da falência e o colocaram na disputa de títulos. Atualmente disputa a Segunda Divisão Colombiana.


Atlético Nacional: Até hoje o título da Libertadores de 1989 é contestado pelos rivais. Tudo porque a conquista teria vindo após Pablo Escobar, bastante ligado ao clube, ameaçar e oferecer fortunas aos árbitros envolvidos. A relação do traficante era tamanha que vários jogadores do Atlético foram visitar Escobar quando ele esteve preso, entre eles o excêntrico goleiro René Higuita.





Independiente Santa Fé: O Santa Fé cansou de ver narcotraficantes dando as cartas na direção do clube. Em 1989, para fazer frente ao Atlético Nacional, Fernando Carrillo Vallejo comprou a maioria das ações da equipe. Alguns anos depois o comando passou para Phanor Arizabaleta, quinto homem mais importante do cartel de Cali, Daniel ‘El Loco’ Barrera e ‘Don Efrain’ Hernandez

América de Cali: Nos anos 80 o clube foi dirigido por Miguel Rodriguez Orejuela, líder do cartel de Cali e principal inimigo de Pablo Escobar.

Millonarios: Nos anos 80 o presidente do Millonarios era Hermes Tamayo, preso em Barramquilla com uma carga de duas toneladas de cocaína. Anos depois o sanguinário Gonzalo Rodríguez Gacha ‘The Mexican’, um dos sócios de Escobar no cartel de Medelín, assassinou um dirigente e assumiu o comando do clube, levando a equipe a conquistar o título.

Deportivo Pereira: Time controlado nos anos 80 por Octavio Piedrahita, um dos traficantes de drogas que os Estados Unidos pediram a extradição e que, por consequência, ajudou a formar a organização criminal Los Extraditables.

Deportivo Independiente Medellín: Hector Mesa, do cartel de Medellín, foi um dos maiores acionistas do clube nos anos 80.

Desportes Tolima: O Tolima era controlado por Ignacio Aguirre, conhecido como 'El coronel', acabou sendo assassinado.

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